quinta-feira, 2 de junho de 2011

1 DE JUNHO - DIA DA CRIANÇA

Há algumas décadas atrás, a ONU recomendou a celebração do Dia da Criança, com a intenção de promover a fraternidade e o bem-estar das crianças em todo o mundo. Esta celebração é feita em dias diferentes consoante os países.
Em todo o processo de reconhecimento dos direitos da criança e também da criação deste dia de comemoração e reflexão, há dois documentos fundamentais, sendo o primeiro, por ordem cronológica, a Declaração dos Direitos da Criança e o segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança.
Muito se comemora hoje…Todas as crianças devem ter direito a condições de vida que lhes ofereçam educação, segurança, saúde, amor e muita felicidade. Há tantas que não têm nada disto… Há tantas no nosso país e por esse mundo fora que têm vidas desprovidas de todos estes direitos…
Por todo o país, e certamente em outros países do mundo, hoje foi um dia de festejos, feiras, teatros, doces, brincadeiras, demonstrações de trabalhos feitos por crianças e por associações e instituições que delas cuidam.
Perdoem-me o pessimismo neste dia tão bonito, mas não posso deixar de pensar nos outros dias. Como são os outros dias?
E cada um de nós? O que faz? O que se faz quando sabemos que numa casa há pais totalmente negligentes? O que fazemos quando vemos crianças a fumar perto de uma escola? A drogar-se? O que fazemos quando sabemos que numa família não há dinheiro para comida, quando essa família às vezes está perto de nós? O que fazemos quando sabemos que há pais que não compram medicamentos essenciais para o bem-estar dos seus filhos porque não há dinheiro? Como ajudamos as instituições que se ocupam de crianças que não têm pais? Como mostramos aos nossos filhos, que têm roupa, comida, saúde, casa, e essencialmente muito amor, que há outros meninos e meninas que não têm nada disto? E tantas outras coisas mais…
Tanta violência! Tantos abusos!
Às vezes, acho que o grande sentimento desta era em que vivemos é a indiferença e a banalização. A indiferença e a banalização que, certamente, têm tons tão diferentes do colorido dos insufláveis onde hoje vi tantos meninos a pular de alegria.
Há ainda um caminho muito longo a percorrer por muitas entidades, mas sobretudo por cada um de nós, cidadãos de um mundo em que tanto se fala de formação cívica.
Apesar de tudo, ainda me ocorre o sorriso puro de uma criança, que é das coisas mais belas que este nosso mundo tem!

A formadora de CLC /LC