domingo, 13 de março de 2011

TORTURA PSICOLÓGICA

Há uns tempos li um artigo muito interessante da escritora e jornalista Isabel Stilwell.
O título era "Recuse o mundo que a televisão lhe impinge."

A propósito, e no âmbito da unidade de formação 5, solicitei aos formandos os respectivos comentários.
Segue-se um exemplo.




Ver televisão em excesso pode prejudicar e baralhar a mente humana, em especial as pessoas que dão exclusividade a esse fenómeno. A televisão é muito repetitiva nas suas reportagens dando especial destaque às catástrofes e demais tristezas levando dias consecutivos a transmitir a mesma notícia, digamos, a massacrar o telespectador.
Por vezes torna-se tão banal a própria violência, que as pessoas já não lhe ligam importância. Quantas vezes estamos a jantar, a falar, a fazer algo em casa, e ouvimos o som da publicidade a anunciar o telejornal. De repente, ouve-se o relato de mais uma violência, de mais um crime, de mais uma crise política. De tão habituados a notícias repetitivas que muitas vezes nem olhamos para a televisão, somente ouvimos, e continuamos o que estávamos a fazer. Porquê? Porque são sempre as mesmas notícias. Para quê ligar?
As pessoas idosas, em especial, que na sua maioria vivem na solidão fazem da televisão a sua companhia diária estão atentas a tudo o que se passa no ecrã, seja bom ou mau, para eles o que vêm na televisão é sagrado, é verdadeiro, levam o que vêem demasiado a sério. Como é frequente abrirem-se os blocos noticiosos somente com desgraças e política, dizendo (isso infelizmente com verdade), que nos vão ser retirados salários e pensões, e consequentemente comida para a boca, entre outras notícias terríveis, essas pessoas que já por si não convivem com ninguém, não ouvem nem vêem outro tipo de realidade, ao ver a nossa televisão, o que ela nos transmite, acreditam piamente que o que ali se retrata está completamente correcto. Aí surgem os medos da fome, da violência, da morte, da guerra. Entram em pânico, ficam deprimidas, não descontraem, o medo generalizado invade-as e até adoecem, muito por culpa da nossa informação nefasta, exagerada e cruel, que lhes tira a esperança, a paz, a luz.
A violência na televisão afecta também as crianças. Os jogos que tantos adoram são programados através de filmes de muita acção que vêem na televisão. Quanto mais acção, sangue, e luta, melhor, dá mais gozo, (regozijam-se crianças, jovens e adultos), o que é totalmente errado. Criou-se um ciclo vicioso à volta da exagerada violência mostrada nas nossas televisões. Se repararmos, o locutor de serviço, ao abrir a primeira notícia, fala fortemente, com poder, mostrando o impasse que a referida noticia comporta. Quando passa na televisão um filme mais calmo, do tipo romântico, que retrate por exemplo a vida real de um casal com filhos, de onde até se poderá tirar exemplos (por que não?) quem é que quer ver? Talvez ninguém…não presta, dá sono. Pessoalmente, são os que mais gosto, pois não gosto de violência, mas a maioria detesta. Vivemos num mundo onde não se dá a mínima importância ao amor, e toda a atenção à guerra, seja ela qual for. Viver com medo não faz sentido, e mesmo para as pessoas que conseguem distinguir a verdade do exagero, nunca nos devemos deixar dominar pelo medo. Banir por completo a televisão das nossas vidas não, mas sermos tão dependentes dela não nos trará vantagens quer a nível de saúde como paz social.
No final deste texto é-nos dito para desligarmos a televisão e sair de casa. Nada mais verdadeiro!...Quanto melhor não será sair da escuridão e ver a luz…a luz do sol, o cheiro das flores, o sorriso das pessoas…do que ficar em casa, imóveis de sentidos, fixos em nada que não nos enriquece, não nos ensina, simplesmente torna pobre a nossa vida, nos prejudica, adoece e deprime.

Branca Batista (EFA NS 2A)

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